Como não gostar de Cães de Guerra (War Dogs), um filme que contém armas, dinheiro, piadas, verdades e cenas muito parecidas com o Lobo de Wall Street?
Foi assim que Cães de Guerra (War Dogs) me “pegou”. Com um roteiro simples, e com a boa combinação de Miles Teller e Jonah Hill o filme é engraçado ao mesmo tempo que conta uma realidade absurda e estranha sobre a lei de venda de armas nos EUA.
O filme começa apresentando algo que deu errado, com David (Miles Teller) narrando sua trajetória, depois tudo volta e mostra como aquilo foi acontecer, assim como em Lobo de Wall Street e outros filmes que já conhecemos, mas com um tom muito mais cômico a partir do momento em que somos apresentados a Efraim (Jonah Hill). Um amigo de infância de David que vende armas para o exército dos EUA.

Tanto Miles Teller quanto Jonah Hill estão muito bem nos seus papéis, Hill rouba a cena muitos vezes por ser um excelente alívio cômico, e vale ressaltar que ele possui a melhor risada de Coringa (fica a dica Leto). Mas durante o filme é possível ver a crítica sobre a maneira como é tratado o comércio de armas nos EUA, já o diretor Todd Phillips fez bem o seu trabalho em deixar engraçado o que realmente é estranho para nós brasileiros, e ao mesmo tempo deixou sério também o que era preciso, lembrando sempre o expectador que aquela era uma história real.
War Dogs é um dos filmes que vale o ingresso, divertido, sério e que vai te deixar pensando um pouco se a guerra é mesmo necessária, ou se ela existe apenas para o lucro pessoal de alguns.
Dois amigos (Miles Teller e Jonah Hill) levam uma vida tranquila em Miami Beach. Em busca de dinheiro para comprar maconha, descobrem que existe um mercado ilícito em expansão com a venda de armas para o exterior e decidem aproveitar. Com um contrato de 300 milhões de dólares fechados, eles decidem ir para o Afeganistão acompanhar a explosiva transação e ganhar experiência.
Cães de Guerra (War Dogs) é real?
David Packouz e Efraim Diveroli foram dois empreendedores americanos que se tornaram infames por seu envolvimento no comércio internacional de armas. Sua história é um relato revelador de ambição, correr riscos e o lado obscuro da indústria de armamentos.
No início dos anos 2000, David e Efraim fundaram a AEY Inc., uma pequena empresa sediada em Miami especializada em suprimentos militares e munições. Eles rapidamente identificaram uma oportunidade de concorrer a contratos governamentais lucrativos para fornecer armas e equipamentos ao exército dos Estados Unidos durante as guerras no Iraque e Afeganistão.
Motivados pelo desejo compartilhado de sucesso e riqueza, a dupla embarcou em uma busca implacável por esses contratos, navegando no complexo mundo dos contratos de defesa com uma combinação de astúcia, engenhosidade e audácia. Através da ampla rede de contatos e da busca incessante por negócios, eles conseguiram garantir vários contratos, acumulando milhões de dólares em lucros.
No entanto, seus métodos estavam longe de ser éticos. Para atender aos rigorosos requisitos dos contratos, David e Efraim recorreram a vários meios de engano e subterfúgio. Eles obtiveram munição desatualizada e proibida de fornecedores duvidosos, falsificaram as datas de fabricação e as enviaram para cumprir suas obrigações.
Suas práticas duvidosas eventualmente chamaram a atenção do governo dos Estados Unidos, resultando em uma investigação que expôs suas atividades fraudulentas. Em 2007, a dupla foi acusada de conspiração, fraude e comércio de armas proibidas. Eles acabaram se declarando culpados e enfrentaram as consequências de suas ações.
A história de David Packouz e Efraim Diveroli serve como uma advertência sobre os perigos da ambição desmedida e os limites éticos que podem ser ultrapassados em busca do sucesso. Ela lança luz sobre a rede intricada de corrupção e atividades ilícitas que muitas vezes permeiam a indústria de comércio de armas global.
Embora o caso de David e Efraim seja um exemplo extremo, ele destaca a necessidade de regulamentações mais rigorosas e supervisão no comércio de armas, a fim de evitar abusos semelhantes no futuro. Somente através da transparência e da responsabilização podemos esperar abordar as questões complexas que envolvem o mercado internacional de armas e garantir a segurança das nações em todo o mundo.
Confira também nossas redes sociais:
Facebook – https://www.facebook.com/sitenaoseinada/
Instagram – @sitenaoseinada
Twitter – @sitenaoseinada
Youtube – https://www.youtube.com/@naoseinada
