A segunda temporada de Twisted Metal retorna ao mundo pós-apocalíptico cheio de carros estranhos, violência absurda, humor exagerado e personagens que sobrevivem na base da insanidade. John Doe e Quiet continuam tentando encontrar seu lugar nesse mundo, enquanto a ameaça de novos vilões começa a se formar nos bastidores. A série segue divertida e visualmente caótica, mas desta vez entrega uma narrativa que nem sempre mantém o fôlego.

Mesmo gostando da primeira temporada é impossível negar que a segunda temporada de Twisted Metal oscila. O humor continua afiado, os carros continuam interessantes, e o mundo segue exagerado da maneira certa. Porém, o ritmo sofre e alguns episódios são arrastados, a trama parece engatar e desacelerar repetidas vezes, e certas decisões narrativas deixam a sensação de que faltou foco.

Imagem: Divulgação / Peacock

John Doe continua sendo o núcleo emocional da série, equilibrando comédia e vulnerabilidade. Quiet também ganha mais espaço, mostrando camadas novas que dão profundidade ao relacionamento dos dois, porém, outros personagens que deveriam movimentar mais a história acabam estacionados. Em alguns momentos, parece que a série tenta contar várias subtramas ao mesmo tempo, sem deixar nenhuma delas realmente brilhar. O resultado é um meio-termo que favorece algumas cenas específicas, mas prejudica o conjunto.

A vilã, Calypso (ou a presença que deveria ocupar esse papel) surge mais como uma promessa do que como uma ameaça definida. Motivações confusas, aparições limitadas e uma narrativa que parece segurada para um futuro payoff tornam o antagonismo pouco impactante.

O espectador entende que há algo grande acontecendo nos bastidores… mas a série não entrega totalmente o que deveria. Isso tira força dos conflitos centrais e deixa o clima mais morno do que se espera de Twisted Metal.

Quem mais vai curtir esses ganchos são os fãs de longa data dos jogos. Para quem não conhece o material original, as revelações podem parecer abruptas, apressadas ou até confusas. É um final que pretende empolgar, e empolga, mas não conversa com todos os públicos igual.

A segunda temporada de Twisted Metal ainda diverte e mantém muito do charme exagerado da primeira, mas perde força por conta do ritmo irregular e de uma narrativa central que não se explica bem. Mesmo assim, para quem gosta do universo o final promete caminhos interessantes.