Em A Própria Carne, novo terror nacional dirigido por Ian SBF e produzido por Alexandre Ottoni e Deive Pazos do Jovem Nerd, nos apresenta um medo real e palpável. Confira nosso review completo desse filme que prova que o cinema de horror brasileiro está mais vivo do que nunca.

Eu, Phelipe Melo, admito: sou medroso. Muito. E foi justamente por isso que A Própria Carne me pegou de jeito. O filme, dirigido por Ian SBF, surpreende ao mergulhar em um terror psicológico e visceral, que foge dos clichês de susto fácil e aposta em uma atmosfera cada vez mais sufocante. Produzido pelo pessoal do Jovem Nerd, o longa mostra que o grupo sabe entregar mais do que humor e cultura pop, aqui, eles mergulham fundo em uma história tensa, densa e extremamente bem produzida.

Uma história que incomoda

Sem entregar spoilers, A Própria Carne acompanha um personagem que começa a lidar com mudanças estranhas no próprio corpo, e isso é só o começo de uma espiral de loucura, paranoia e medo. O roteiro trabalha muito bem a ideia de que o verdadeiro terror vem de dentro, explorando a mente e os limites humanos de forma quase claustrofóbica.

Ian SBF mostra um domínio impressionante da direção, com enquadramentos próximos e sons desconfortáveis que te colocam dentro do pesadelo. Cada cena parece feita para te deixar tenso, e posso garantir que funcionou, eu realmente senti medo (e talvez tenha dormido com a luz acesa depois).

O que mais chama atenção é como o filme eleva o padrão do terror nacional. A fotografia é escura, granulada e elegante, lembrando produções indie de terror psicológico. A trilha sonora é perturbadora e casa perfeitamente com o tom da narrativa. O trabalho prático com maquiagem e efeitos físicos é um destaque à parte, com um realismo que causa desconforto genuíno, sem precisar recorrer a CGI exagerado.

Dá pra sentir o carinho da equipe em cada detalhe, é bonito ver o Jovem Nerd Productions apostando em algo tão diferente, provando que o cinema brasileiro pode entregar medo de qualidade.

A Própria Carne é um filme que me fez lembrar porque “temo” o gênero de terror. Ele é intenso, angustiante e prova que o medo pode ser tanto psicológico quanto físico. Mesmo eu, que sou facilmente assustado, fiquei completamente envolvido, e isso é o melhor elogio que um terror pode receber.

A Própria Carne tem que ser assistido no cinema, esse é o tipo de produção que mostra como o terror nacional está em seu melhor momento.