Com dublagem afiada, movimentos fluídos e muitas referências, a animação de Devil May Cry entrega tudo que os fãs da franquia esperavam e ainda arranca boas risadas.
Devil May Cry, a clássica franquia da Capcom ganha uma nova roupagem pelas mãos da Netflix. A produção entrega uma versão estilizada e fiel de Dante, o caçador de demônios mais sarcástico dos games, em uma narrativa repleta de ação, criaturas sobrenaturais e uma boa dose de humor ácido.
Com episódios curtos e uma premissa simples, a série não reinventa a roda, mas sabe exatamente o que o público quer com pancadarias estilosas, diálogos afiados, monstros grotescos e, claro, Dante sendo Dante.
Fidelidade visual e animação de respeito
Um dos grandes trunfos da série é a qualidade da animação. Os movimentos de combate são fluidos, coreografados com o mesmo estilo exagerado e acrobático que consagrou a franquia nos consoles. A ação é rápida, intensa e muito bem dirigida, respeitando o DNA dos jogos, com direito a sequências que parecem saídas diretamente de Devil May Cry 3 ou DMC 5.
O design dos personagens também agrada com Dante em seu visual clássico, carismático e cheio de atitude, enquanto os demônios seguem a estética grotesca e estilizada que os fãs esperam. A paleta de cores, os cortes rápidos e os efeitos visuais ajudam a manter o clima de adrenalina constante.
Dublagem brasileira afiada e cheia de personalidade
A dublagem brasileira é um show à parte. As vozes caem como uma luva, mantendo o tom sarcástico, irreverente e explosivo dos personagens. Destaque para o amigo de Dante, que parece ter saído direto de um filme do Adam Sandler — e não por acaso: o dublador é o mesmo que dá voz ao ator nas versões brasileiras, e isso traz uma camada divertida e inesperada para o personagem.
Essa escolha cria uma identidade própria para o elenco de apoio e mostra que a adaptação se permitiu brincar com o material sem perder o respeito pela obra original.
A estrutura da série é direta ao ponto onde demônios aparecem, Dante entra em cena com seu estilo debochado e resolve a situação na base da espada, pistolas e frases de efeito. A trama principal é simples, mas eficiente — e deixa espaço para futuras temporadas explorarem mais do lore.
O episódio do Coelho merece destaque, tanto pelo absurdo da situação quanto pela criatividade visual. É um daqueles momentos inesperados que quebram o ritmo que contava com ação e humor, e do nada, tudo fica sombrio e sério.

Referências aos games para fã nenhum botar defeito
A animação é recheada de referências aos jogos da Capcom, desde armas clássicas até frases icônicas e gestos de Dante. Para quem cresceu enfrentando hordas de demônios com estilo, cada episódio é um prato cheio de nostalgia e fanservice bem dosado.
Esse cuidado mostra que a produção foi pensada por quem conhece e respeita o universo de Devil May Cry, sem cair na armadilha de tentar “adaptar demais” para o público geral.
Pontos positivos e negativos de Devil May Cry
Começando com os ´pontos positivos como a animação fluida e cheia de estilo, fidelidade visual e temática aos jogos, a dublagem brasileira excelente, com boas surpresas e o episódio que conta a historia do Coelho Branco.
Já os pontos negativos contam com a trama geral que é muito simples e pouco desenvolvida e alguns personagens coadjuvantes que são pouco explorados.
A série animada de Devil May Cry na Netflix entrega o que promete: ação estilosa, humor afiado e respeito absoluto à franquia da Capcom. Com ótima dublagem, visuais caprichados e um Dante carismático como sempre, é uma produção feita sob medida para os fãs — e que pode conquistar novos públicos pela estética e pelo ritmo acelerado.
Falta profundidade? Sim. Mas quando você tem um protagonista cortando demônios com classe, piadas no ponto certo e uma trilha sonora pulsante, isso acaba sendo um detalhe menor.
