A série da Prime Video baseada na icônica franquia de jogos Yakuza entrega uma ambientação fiel e um protagonista carismático, mas peca no ritmo e na ausência de ação marcante.

Em Like a Dragon: Yakuza, acompanhamos a história de Kazuma Kiryu, um membro leal da Yakuza que, após cumprir 10 anos de prisão por um crime que não cometeu, retorna a um mundo do crime completamente diferente. Entre traições, amizades desfeitas e um submundo que já não reconhece, Kiryu tenta recuperar seu lugar e proteger aqueles que ama.

Uma adaptação fiel, mas com ritmo problemático


Para os fãs da franquia de jogos Yakuza (Like a Dragon no Japão), a série tem muito a oferecer visualmente. A ambientação urbana, os figurinos e até algumas recriações de cenas dos jogos são feitas com bastante cuidado e respeito ao material original. O protagonista, interpretado por Ryoma Takeuchi, carrega bem a presença de Kiryu e transmite a calma e o senso de honra característicos do personagem.

No entanto, a série tropeça justamente onde o jogo se destaca: o ritmo. Os episódios são longos e frequentemente se perdem em idas e vindas temporais que quebram a fluidez da narrativa. A sensação constante de “enrolação” tira o impacto de muitos momentos importantes e prejudica o envolvimento emocional com a trama.

Falta ação, sobra repetição


Apesar de ter um protagonista conhecido por sua habilidade como lutador lendário, Like a Dragon: Yakuza parece evitar confrontos físicos com a frequência esperada. As poucas cenas de ação são bem coreografadas, mas escassas, deixando um vazio para quem esperava ver Kiryu em cenas icônicas de pancadaria como nos jogos.

Além disso, alguns personagens secundários acabam não funcionando bem dentro do drama. Um exemplo é o amigo de infância que vira chefão do crime, cuja trajetória soa forçada e sem o peso emocional necessário. Outros coadjuvantes passam despercebidos, não ajudando a construir o impacto dramático que a história exige.


Like a Dragon: Yakuza é uma adaptação que respeita a essência do jogo em termos visuais e de atmosfera, mas que falha em capturar a energia e a intensidade que tornaram a franquia tão adorada. Com episódios mais enxutos, mais foco em cenas de ação e uma narrativa menos confusa, a série poderia ter alcançado um patamar muito mais alto.